|
Elenco de Macunaíma - Uma Rapsódia Musical
|
MÁRIO DE ANDRADE concebeu Macunaíma (1928) como uma rapsódia, ao costurar e recriar fragmentos de histórias, mitos e lendas indígenas. A narrativa épica, com farto uso de linguagem oral, virou uma espécie de símbolo da identidade cultural brasileira desde então. Após enveredar pela obra de Ariano Suassuna no premiado Suassuna - O Auto do Reino do Sol, a companhia Barca dos Corações Partidos resolveu se debruçar sobre este clássico modernista em seu novo espetáculo.
A PRODUTORA ANDRÉA ALVES, idealizadora do projeto, fez o convite para Bia Lessa, que acabara de arrebatar plateias com Grande Sertão: Veredas, assinar a direção da empreitada. As duas potências artísticas se encontram nesta sexta-feira, 19 de julho, no Teatro Antunes Filho/Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana). O projeto tem patrocínio do Banco do Brasil e copatrocínio da Cateno, de Furnas. A realização é do Sesc SP.
ALÉM DO ELENCO da Barca, formado por Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Fábio Enriquez, Eduardo Rios, Renato Luciano e Ricca Barros, a encenação tem seis artistas escolhidos por testes (Ângelo Flávio Zuhalê, Hugo Germano, Lana Rhodes, Lívia Feltre, Sofia Teixeira e Zahy Guajajara) e o músico Pedro Aune. O processo criativo durou sete meses, entre concorridas audições, oficinas, encontros, leituras e os ensaios propriamente ditos.
TRAÇO MARCANTE em todos os trabalhos da companhia, a música tem lugar de destaque na montagem, ainda que esteja inserida de maneira bem diferente do habitual. A concepção de Bia Lessa se distancia do musical tradicional e segue um fluxo que a diretora prefere associar à estrutura de uma ópera. Além de canções originais, a Barca musicou alguns trechos da adaptação. A direção musical, assinada mais uma vez por Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, contou com a música adicional do duo O Grivo.
O DESAFIO de adaptar o mítico texto para os palcos ficou a cargo da escritora Verônica Stigger, que tem no currículo, além de cinco premiados livros e duas incursões pelo teatro, a curadoria de uma exposição fotográfica do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro focada na etnologia indígena. A proposta era se manter fiel ao original, mas também transpor suas palavras para o conceito da encenação. Ao longo do período de ensaios, a dramaturgia foi sendo modificada pela encenadora e ganhando novas formas, em um grande processo colaborativo.
MACUNAÍMA - UMA RAPSÓDIA MUSICAL, de Mário de Andrade, terá apresentações de quinta a sábado, às 20 horas e domingo, às 18 horas. Os ingressos custam 50 reais, 25 reais (meia) e 15 reais (associados Sesc). Não deixe de ver.
Juca de Oliveira e elenco de As Atrizes
|
AS ATRIZES, na interpretação de Angela Dippe, Blota Filho, Renata Ricci, Giovani Tozi e Mariana Melgaço estreia como nova atração no Teatro Opus/Shopping Villa Lobos (Avenida das Nações Unidas, 4.777, Alto de Pinheiros). A comédia de Juca de Oliveira mostra a rivalidade de duas artistas de gerações diferentes envolvidas com o mesmo homem.
AS ATRIZES teve sua primeira encenação no Rio de Janeiro, em 1991 com Tônia Carrero, Lucélia Santos, Mauro Mendonça, Osmar Prado e Márcia Cabrita no elenco. A montagem atual, com direção de Léo Stefanini, recebeu revisão e atualização no texto para abordar conflitos mais ligados ao universo feminino, como sexualidade, traição e maturidade, mostrando também o embate artístico entre uma atriz consagrada, que conquistou o respeito de seu público, e outra mais jovem e preocupada com o número de seguidores em suas redes sociais.
A HISTÓRIA se passa no universo artístico, mas poderia ser perfeitamente ambientada em qualquer ambiente de trabalho. As questões retratadas são absolutamente universais e engraçadas, mostrando os personagens vivendo à beira do caos. Marilda Ziliat (Angela Dippe) é uma grande atriz de meia-idade, consagrada no teatro, que vive um momento crítico da sua vida pessoal e profissional. Está insegura porque a televisão, e os homens, preferem atrizes mais jovens. É casada com Igor (Blota Filho), um diretor de teatro que se encanta pela jovem Irma.
IRMA (RENATA RICCI) é uma atriz ambiciosa que sonha com o estrelato, mas obtém papeis inferiores às suas pretensões em teatros vazios de público e de repercussão. Ela entra no jogo de Igor para conseguir o que quer, embora viva com Cláudio (Giovani Tozi), um ator de pouco talento e inseguro, pois percebe que a mulher, por quem é desesperadamente apaixonado, lhe escapa a cada instante.
BOTANDO MAIS LENHA na fogueira, surge a Repórter (Mariana Melgaço), uma profissional de índole duvidosa, pouco informada, mas que adora disseminar fofocas e fake-news dos famosos.
AS ATRIZES tem apresentações às sextas e sábados, às 21 horas e domingos, às 20 horas, até 11 de agosto. Ingressos especiais Prêmio Cleyde Yáconis: 20 reais. Não deixe de ver.
INSPIRADO em obra homônima de Eva Furnari, com dramaturgia de Sérgio Pires e direção de Cris Lozano, a Cia. Barracão Cultural segue com o espetáculo Nós, durante o mês de julho. Depois das apresentações no Parque Previdência e Parque Raposo Tavares, a peça está em curtíssima temporada no Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195 - Tel.: 3095-9400).
A MONTAGEM, que narra a trajetória de Mel, uma garota que tinha nós pelo corpo, pois não conseguia chorar, tem Eloisa Elena, Leandro Goulart, Lucas Nuti e William Simplício no elenco, direção musical de Dr Morris, cenografia de Marco Lima e figurino de Marichilene Artisevskis. Este é o terceiro espetáculo de rua da companhia, que já realizou os bem sucedidos O Tribunal de Salomão (2011) e A Condessa e o Bandoleiro (2014).
O ENREDO NÓS, Mel é uma garota que nasceu de um repolho mofado, na pequena Pamongas, onde vivia feliz e rodeada de borboletas: motivo de brincadeiras e zombarias por parte dos habitantes ‘normais’ da cidade. Um dia, de tanto segurar as mágoas e o choro, que não caia nem mesmo descascando cebolas, seu corpo ficou cheio de nós, cada um mais apertado que o outro. Diante disso, resolveu ir embora para um lugar distante, e saiu disfarçada de geladeira.
MEL NÃO SABIA que havia tantas coisas para conhecer. Cinco nós foram necessários para que ela se aventurasse. À medida que se permitiu vivenciar cada coisa diferente na jornada, seus nós foram se desfazendo. Ela encontrou alguém que ganhou sua confiança e uma cidade onde cada um tinha seu próprio nó e ninguém ligava para isso.
O PRINCIPAL ARGUMENTO para a Barracão Cultural montar um espetáculo a partir de um livro de Eva Furnari é sua habilidade em abordar temas sensíveis e polêmicos de forma objetiva, lúdica e fantástica. Em Nós, ela propõe uma reflexão sobre temas como diversidade, intolerância, respeito e alteridade. A relação que se estabelece entre as características peculiares de Mel e a relação com o ambiente onde vive gera “nós” em seu corpo e a obriga a realizar uma jornada de autodescoberta.
“ESSA MENINA traz uma coisa bela e poética para o mundo, que são as borboletas, mas a consequência por ser diferente é se tornar uma pessoa deslocada e com marcas no corpo”, comenta a atriz Eloisa Elena, que vive a personagem. “Acreditamos que falar sobre os temas propostos por Eva é uma questão urgente, com potencial para encontrar ressonância entre os mais diversos públicos e estimular a convivência e o respeito”, completa. Ela ainda ressalta que Nós não mostra somente o lugar da dificuldade, nem retrata a resignação na dor. “Mel representa a força de vontade, a busca. Ela não esmorece no desejo de encontrar o seu lugar no mundo”.
COM INGRESSOS GRÁTIS, Nós tem apresentações sábado e domingo, às 16 horas, até 21 de julho. Não deixe de ver. |
|
|
Veja a capa da edição:
|
|
Para anunciar ligue: |
2977-6544 / 2950-7919 |
|
94861-1729
|
VENDO SOBRADO COMERCIAL Rua Banco das Palmas - Santana, 180m2 de área construída, renda de R$ 6 mil mensal. Documentação ok. R$ 900 mil. Aceito contra proposta. Tratar c/ sr. Moura: 99886-9162 |
|